27/6/2001/quarta-feira - Em momento histórico para o futebol do Rio Grande do Norte, o "Galo canta de galo" e quebra a hegemonia do futebol de Natal, conquistando o primeiro título estadual para o interior, que com certeza ficará conhecida também como o dia em que Caicó parou, pois a cidade como se estivesse prenunciando a vitória encerrou suas atividades logo cedo para assistir a vitória do Coríntians, 1 a 0, sobre o América.
O estádio lotado não se decepcionou. Um público pagante de 5.909 torcedores proporcionou a arrecadação de R$ 23.793,00 e saiu feliz com a vitória do Coríntians. O dono da festa no dia do título foi o experiente artilheiro Pedro Costa, que aos 41 minutos do primeiro tempo marcou o único gol da partida, porém suficiente para deixar a torcida feliz.
O América, levado pela vontade dos seus jogadores, até que ofereceu resistência chegando em várias oportunidades com perigo ao gol defendido por Pacato, porém o dia, o jogo e o campeonato eram mesmo do "Galo do Seridó". Após o apito final do árbitro mossoroense Antônio Cipriano, que teve um trabalho perfeito, a torcida invadiu o campo de jogo e emocionada comemorou o título inédito de campeão no futebol para Caicó e o interior do Rio Grande do Nort
Tudo começou com a eleição de Álvaro Dias para a presidência do clube, em 2000. Obstinado com a conquista do título estadual, saiu em busca de parceiros capazes de viabilizar o sonho.
A SAT - Satélite Distribuidora de Combustíveis, empresa norte-rio-grandense, na figura de seu presidente Marcelo Alecrim, acreditou na idéia de quebrar a hegemonia dos dois grandes clubes da capital - ABC e América, que se revezavam na conquista do título estadual. Com um investimento na ordem de R$ 160 mil (uma média de R$ 35 mil mensais), a SAT tornou possível o objetivo do Coríntians. Foi através desta parceria que chegaram jogadores do gabarito de Pedro Costa, considerado um dos melhores centroavantes do nordeste na época.
Acertado o patrocínio, era hora de montar um elenco capaz de ser campeão. O primeiro passo foi a escolha de Raimundo Inácio Filho, o Lobão, ex-jogador e torcedor fanático do Galo como diretor de futebol. Juntamente com o presidente Álvaro Dias, foram buscar no Treze da Paraíba o treinador Pedrinho Albuquerque, para comandar a equipe.
Pedrinho Albuquerque tinha a receita para se conquistar o título inédito: trazer jogadores consagrados e experientes, que formassem uma espinha-dorsal, aliados a muito trabalho e união do grupo. Assim desembarcaram craques como Betinho e Raminho - doutores em conquistar títulos estaduais na Paraíba, além de Márcio Silva, Júnior Bahia, Doriva dentre outros.
Com uma campanha arrasadora, o clube sagrou-se campeão invicto do primeiro turno. A estréia no campeonato já deu mostras do que viria pela frente: 5x0 no Baraúnas, diante da torcida seridoense. Na seqüência, nova vitória, desta vez fora de casa, contra o São Gonçalo, por 1x0. E assim foi vergando um a um seus adversários. Mas a maior façanha nesta primeira fase foram as vitória contra o ABC apontado como favorito ao título; um surpreendente 3x0 e duas vitórias por 2x1, ambas na decisão do primeiro turno - tendo uma delas sido em Natal.
No segundo turno a equipe perdeu sua invencibilidade na competição - porém a manteve jogando no estádio Marizão, pmas o título estava fadado a ir para Caicó. A equipe se classificou para a final, contra o América, com a vantagem de jogar por até três resultados iguais. Mas não foi preciso. No dia 24 de junho de 2001 o Galo do Seridó foi a Natal, e com um gol de Ronaldo Falcão aos 32 minutos da segunda etapa, venceu o Mecão.
O jogo da volta, a ser realizado no Marizão numa quarta-feira, dia 27 de junho de 2001, foi carregado de expectativa. Pacato; Jorge Alagoano, Amaral, Vladimir e Rogério; Raminho, Márcio Silva, Duda e Betinho; Júnior Bahia e Pedro Costa; além de Jefferson, Zé Roberto e Airton, entraram em campo, no estádio completamente tomado por 5.909 torcedores, para vencer novamente pelo placar de 1x0 - com gol de Pedro Costa, aos 41 minutos do primeiro tempo, e levantar o caneco pela primeira vez.
O clube surgiu em 1963, como Coríntians Esporte Clube. No dia 25 de janeiro de 1968, a fusão entre o Coríntians Esporte Clube e o Atlético de Caicó deu origem ao Atlético Clube Coríntians. O maior responsável pela fundação do clube foi Valdemir Marcelino de Assis.
Tudo começou com peladas às margens do rio Seridó, por aqueles que eram preteridos pelo Caicó, até então apontado como o melhor time da região do Seridó.
A partida que marcou a estréia oficial da equipe foi contra seu homônimo da Paraíba, o Corinthians de Campina Grande, e realizou-se no antigo estádio Walfredo Gurgel - que já não existe mais. Com uma vitória, foi selado o nascimento oficial do Galo do Seridó.
O segundo jogo foi contra o América, também da Paraíba, com nova vitória da equipe potiguar. Para este confronto foi cobrado ingressos pela primeira vez, o que rendeu 27 mil cruzeiros, mais que suficientes para cobrir os 22 mil investidos na organização do clube por Valdemir e ainda quitar todas as dívidas remanescentes e abrir a primeira conta do Coríntians no banco da cidade.
Em 1977 o Coríntians ingressou pela primeira vez na elite do futebol potiguar, direito adquirido por vencer - de forma invicta - o campeonato citadino no ano anterior, organizado pela Liga. A equipe caicoense terminou na sexta colocação, mas vergou em seus domínios o ABC, quebrando uma invencibilidade de 26 jogos do adversário.
No ano seguinte o clube novamente está na primeira divisão, mas sem condições financeiras de arcar com as despesas de viagem, saí da disputa em 1979, só retornando 15 anos depois, em 1993 - e para mostrar a sua força, terminou o campeonato na terceira colocação e invicto no Marizão. Em 1997, nova parada, novamente por questões financeiras, que obrigaram o clube a manter-se licenciado até 2000, quando retornou para ser quarto lugar.
Mas a maior glória estava reservada para a entrada do novo século. Em 2001, sob a presidência de Álvaro Dias, o Coríntians ergue a taça do campeonato Potiguar, se tornando o primeiro clube do interior a conseguir este feito.
Mascote – Galo
Uniforme: 1 Camisa branca, calção preto e meias brancas
2 – Camisa preta com listas brancas, calção branco e meias brancas
Títulos – campeão em 2001
PRESIDENTE EM 2002 – José Ouvidio
VICE – Plácido Amaral
COPA DO BRASIL – 2002
ESTÁDIO – SENADOR DINARTE Mariz – Marizão, com capacidade para 10 mil torcedores
CORINTHIANS 1X0 AMÉRICA
DATA – 27/06/2001 - quarta-feira LOCAL – MARIZÃO – Caicó
ÁRBITRO – Major Antonio Cipriano de Almeida
RENDA – R$ 23.793,00
PÚBLICO – 5.990
NÃO PAGANTE – 1.114
CORINTHIANS – Pacato, Jorge Alagoano, Amaral, Vladimir e Rogério; Raminho (Jefferson), Márcio Silva, Júnior Bahia e Betinho; Duda (Zé Roberto) e Pedro Costa (Airton). TÉCNICO – PEDRINHO ALBUQUERQUE
AMÉRICA – MARCÃO, Cláudio (Júnior Ferrim), Carlos Mota, Róbson Matias e Márcio; Élder, Josias (Gilmar), Dias (Célio0 e Helinho Cristiano e Jack Jones. TÉCNICO – SEVERO DIAS
CAMPANHA
1º TURNO
1 – 04/02/2001 – dom - CORINTHIANS 5X0 BARAÚNAS
2 – 11/02/2001 –SÃO GONÇALO 0X1 CORINTHIANS
3 – 18/02/2001 – DOM – CORINTHIANS 4X2 CAP
4 – 07/03/2001 – QUA – CORINTHIANS 1 PARNAMIRIM
5 – 11/03/2001 – DOM - POTIGUAR-M 1X3 CORINTHIANS
6 – 01/04/2001 – DOM - CORINTHIANS 3X0 ALECRIM
7 – 08/04/2001 – DOM - PAUFERRENSE 0X1 CORINTHIANS
8 – 11/04/2001 – QUA - AMÉRICA 1X1 CORINTHIANS
9 – CORINTHIANS 3X0 ABC
FASE FINAL
10 – 22/04/2001 - ABC 1X2 CORINTHIANS
11 – 25/04/2001 - CORINTHIANS 2X1ABC
RESULTADO: Corinthians campeão do l° turno
2° TURNO
1 – CORINTHIANS 1X0 PAUFERRENSE
2 – CORINTHIANS 0X0 SÃO GONÇALO
3 – CORINTHIANS 6X1 POTIGUAR-M
4 – CORINTHIANS 1X0 AMÉRICA
5 – ABC 2X0 CORINTHIANS
6 – PARNAMIRIM 0X2 COINTHIANS
7 – ALECRIM 1X5 CORINTHIANS
8 – CAP 0X1 ALECRIM
9 – BARAÚNAS 0X4 CORINTHIANS
FASE FINAL:
AMÉRICA 3X0 CORINTHIANS
CORINTHIANS 1X0 AMÉRICA
RESULTADO – América campeão do 2º turno
Decisão do campeonato
24/06/2001 – DOM – AMÉRICA 0X1 CORINTHIANS
27/06/2001 – QUA – CORINTHIANS 1X0 AMÉRICA
RESULTADO: Corinthians campeão Estadual de 2001
RIVAL – Caicó, fundado em 10 de outubro de 1933
Parte deste artigo é baseado no Jornal Gazeta do Oeste (30/04/1977), editado em Mossoró-RN, edição nº 5.630, do dia 28 de junho de 2001-QUINTA-FEIRA , e de outras reportagens, como também, de pesquisa feita na Internet
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